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Brasil envelhece e famílias enfrentam novos desafios com idosos em casa

As famílias brasileiras estão menores e com menos tempo para cuidar dos idosos.
Muitos lares não têm condições financeiras ou estrutura para contratar cuidadores profissionais, o que aumenta a sobrecarga emocional e física dos parentes — especialmente mulheres.

Ao mesmo tempo, faltam políticas públicas que ofereçam suporte adequado, como centros-dia, programas domiciliares e acesso facilitado a serviços de saúde e reabilitação.

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Censo 2022 mostra aumento de 57,4% na população com 65 anos ou mais; impacto já afeta o mercado de trabalho e estrutura familiar

O envelhecimento da população brasileira vem acontecendo de forma acelerada e já impõe impactos profundos no cotidiano das famílias e no funcionamento da economia.
Segundo o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, a parcela da população com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em 12 anos. Hoje, representa 10,9% do total de habitantes do país.

Essa mudança demográfica é reflexo da queda nas taxas de natalidade e do aumento da expectativa de vida.
Como consequência, o Brasil se aproxima de um cenário inédito: dentro de duas décadas, os idosos devem ser maioria.


População idosa cresce rápido: efeito do envelhecimento da população brasileira

De acordo com o IBGE, até 2070 cerca de 37,8% dos brasileiros terão 60 anos ou mais — o que equivale a mais de 75 milhões de pessoas.

Enquanto isso, o número de nascimentos segue em queda, o que reduz a população economicamente ativa.
O país está deixando para trás o chamado “bônus demográfico”, e o envelhecimento da população brasileira se torna cada vez mais evidente.

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Veja projeções do IBGE para 2070


Como o envelhecimento da população brasileira afeta as famílias

Nos lares brasileiros, a nova realidade já traz desafios concretos. Afinal, com menos filhos por casal e mais mulheres no mercado de trabalho, oferecer cuidado constante a pais e avós se tornou uma tarefa difícil.

Entre os principais obstáculos estão:

  • Falta de tempo disponível
  • Custo elevado de cuidadores profissionais
  • Sobrecarga emocional e financeira

Em muitos casos, o cuidado com idosos recai sobre mulheres entre 40 e 60 anos.
Ainda assim, muitas famílias não contam com apoio externo para manter a qualidade de vida dos mais velhos.

Veja também Como as novas gerações estão cuidando dos pais e avós no Brasil

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Políticas públicas não acompanham o envelhecimento da população brasileira

Embora o processo de envelhecimento seja crescente, o Brasil ainda não dispõe de uma estrutura pública adequada para atender essa faixa etária.

Faltam serviços essenciais, como centros-dia, atendimento domiciliar, programas de apoio a cuidadores e infraestrutura adaptada.
Além disso, a ausência de um plano nacional estruturado compromete uma resposta eficaz ao problema.

Por esse motivo, a desigualdade entre quem pode pagar pelo cuidado e quem depende exclusivamente do SUS tende a crescer.


Inclusão de idosos no trabalho: desafio do envelhecimento no mercado

A permanência dos idosos no mercado de trabalho é outro ponto crítico do envelhecimento da população brasileira.
Mesmo saudáveis, muitos enfrentam preconceito, falta de capacitação digital e ausência de políticas de incentivo.

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Além disso, são poucas as empresas que investem na contratação de profissionais com mais de 60 anos.
Por outro lado, iniciativas públicas de qualificação para essa faixa etária ainda são escassas.

Um estudo da RBMT mostra que, sem medidas urgentes, o país desperdiça o potencial produtivo de milhões de brasileiros.


O Brasil está preparado para o envelhecimento da população?

Especialistas são unânimes: o Brasil ainda não está pronto para lidar com o rápido envelhecimento da população.

Faltam políticas integradas que articulem saúde, moradia, mobilidade, previdência e trabalho.
Dessa forma, torna-se urgente revisar o modelo de assistência atual, considerando as demandas futuras.

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Se nada for feito, os impactos sociais, econômicos e familiares tendem a se agravar ao longo dos próximos anos.


O que o Censo 2022 revela sobre o envelhecimento da população brasileira

O Censo Demográfico de 2022, conduzido pelo IBGE, é a base mais recente de dados populacionais.
A coleta foi realizada entre agosto de 2022 e maio de 2023, após adiamentos provocados pela pandemia e pela falta de orçamento.

O levantamento mostra com clareza o avanço do envelhecimento da população brasileira e seus impactos nas políticas públicas.

Veja também Desigualdade social no Brasil só cresce

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