Desigualdade Salarial no Esporte: As 100 Maiores Remunerações São Apenas de Homens
Desigualdade Salarial no Esporte: Mulheres Fora da Lista dos 100 Atletas Mais Bem Pagos
Em 2024, nenhuma mulher aparece entre os 100 atletas mais bem pagos do mundo, reacendendo a discussão sobre a desigualdade salarial no esporte. O levantamento realizado pelo site Sportico mostra que, ao todo, os 100 atletas mais bem remunerados deste ano somaram impressionantes US$ 6,2 bilhões. No entanto, nenhuma mulher conseguiu integrar essa lista.
Coco Gauff, a jovem estrela do tênis, se aproximou, arrecadando US$ 30,4 milhões. Contudo, esse valor não foi suficiente para garantir seu lugar, pois o 100º colocado, Daniel Jones, quarterback da NFL, recebeu US$ 37,5 milhões.
Esse cenário contrasta com o de anos anteriores. Naomi Osaka, por exemplo, foi a 20ª colocada em 2022, com US$ 57,3 milhões, e Serena Williams obteve US$ 41,8 milhões em 2021.
Fatores que contribuem para a desigualdade salarial no esporte
A disparidade nos ganhos de atletas homens e mulheres não se limita aos salários. Diversos fatores, como os contratos publicitários e os investimentos em modalidades femininas, perpetuam essa desigualdade. Alguns dos principais fatores incluem:
- Menor cobertura midiática: As competições femininas frequentemente recebem menos atenção da mídia. Isso impacta diretamente os valores de patrocínios e contratos comerciais. Portanto, as mulheres acabam ganhando menos em comparação aos homens.
- Diferença na premiação: Em várias modalidades, as premiações masculinas são substancialmente maiores. Por exemplo, a Copa do Mundo Feminina de 2023 distribuiu US$ 110 milhões, enquanto a versão masculina de 2022 teve um prêmio de US$ 440 milhões.
- Menor investimento estrutural: Ligas e times masculinos recebem investimentos financeiros robustos. Em contraste, equipes femininas enfrentam grandes dificuldades para garantir patrocínios e infraestrutura de qualidade. Um exemplo disso é a adoção de tecnologias como a Reflex Ball, utilizada pelo elenco do Flamengo para melhorar reflexo e desempenho neuromuscular. 👉 Confira como a tecnologia vem sendo usada no futebol de elite
- Representação limitada em cargos de decisão: A escassez de mulheres em posições de liderança nas federações e clubes esportivos afeta diretamente a valorização do esporte feminino, perpetuando a desigualdade salarial.
Casos emblemáticos e a luta por equidade
Nos últimos anos, diversas atletas se destacaram na luta por igualdade salarial. A Seleção Feminina de Futebol dos Estados Unidos processou a federação nacional, exigindo salários iguais aos da equipe masculina. Após anos de disputas, em 2022, a US Soccer anunciou um acordo que garantiu premiação igual para ambas as seleções.
No tênis, a situação apresenta um equilíbrio maior. Desde 2007, os torneios de Grand Slam oferecem premiação igual para homens e mulheres. Contudo, em outras competições, as disparidades continuam a ser um desafio.
Além disso, marcas como Nike e Adidas enfrentam pressão para investir mais em contratos publicitários com mulheres. Embora as empresas tenham ampliado suas campanhas com esportistas femininas, os valores desses contratos ainda são muito inferiores aos destinados aos atletas masculinos.
O futuro da remuneração no esporte feminino
A ausência de mulheres na lista dos 100 atletas mais bem pagos de 2024 reflete um problema estrutural no esporte. Para diminuir a desigualdade salarial, especialistas recomendam ações essenciais, como:
- Aumentar a visibilidade do esporte feminino: A mídia precisa dar mais atenção às competições femininas. Maior cobertura nas transmissões e reportagens pode atrair mais investidores.
- Ampliar investimentos e patrocínios: As empresas precisam apostar mais em atletas e competições femininas, proporcionando um retorno financeiro mais equilibrado.
- Equiparar premiações: Modelos de premiação igual, vistos no tênis e na seleção dos EUA, devem ser adotados em outras competições.
- Garantir mais presença feminina em cargos de decisão: A inclusão de mulheres nas gestões esportivas é essencial para valorizar o esporte feminino e reduzir a disparidade salarial.
Enquanto essas mudanças não ocorrerem de forma ampla, a desigualdade continuará. Portanto, as mulheres terão de seguir lutando por reconhecimento e valorização no esporte.
Comparação de ganhos entre atletas masculinos e femininos (2024)
Atleta | Esporte | Ganhos totais (US$ milhões) | Fonte de receita principal | Posição no ranking |
---|---|---|---|---|
Cristiano Ronaldo | Futebol | 275,0 | Salário e patrocínios | 1º |
Lionel Messi | Futebol | 130,0 | Salário e publicidade | 2º |
LeBron James | Basquete | 125,7 | Contratos publicitários | 3º |
Daniel Jones | Futebol Americano | 37,5 | Salário | 100º |
Coco Gauff (♀) | Tênis | 30,4 | Patrocínios e prêmios | Fora do ranking |
Naomi Osaka (♀) | Tênis | 57,3 (em 2022) | Contratos publicitários | 20ª (2022) |
Serena Williams (♀) | Tênis | 41,8 (em 2021) | Patrocínios e negócios | Fora do ranking (aposentada) |
➡ Observação: Naomi Osaka foi a última mulher a figurar na lista dos 100 atletas mais bem pagos, em 2022. Desde então, nenhuma atleta feminina conseguiu se classificar.
Comparação de premiações entre homens e mulheres no esporte
Competição | Premiação masculina (US$ milhões) | Premiação feminina (US$ milhões) | Diferença |
---|---|---|---|
Copa do Mundo FIFA (2022/2023) | 440,0 | 110,0 | 🔻 75% |
NBA x WNBA (média salarial) | 8,5 | 120,0 mil | 🔻 98,5% |
Wimbledon (Tênis) | 3,0 | 3,0 | ✅ Igual |
Mundial de Clubes FIFA (2023) | 5,0 | 0,5 | 🔻 90% |
➡ Observação: O tênis é um dos poucos esportes onde a premiação é igual para homens e mulheres em torneios de Grand Slam. No futebol, a discrepância ainda é significativa.
Os números mostram claramente a diferença nos ganhos entre homens e mulheres no esporte, destacando a persistente desigualdade salarial e a luta contínua das mulheres por reconhecimento e valorização.
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