Ministro da Fazenda descarta retaliação contra Google, Meta e Amazon após possível aumento de tarifas dos EUA sobre aço e alumínio
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo brasileiro não pretende taxação de big techs no Brasil em forma de retaliar empresas de tecnologia norte-americanas, no entanto mesmo diante da possibilidade de os Estados Unidos elevarem as tarifas de importação sobre aço e alumínio.
A declaração ocorre após o ex-presidente e candidato Donald Trump sinalizar uma taxa de 25% sobre todas as importações desses metais. Como o Brasil é um dos maiores exportadores de aço para os EUA, a medida pode gerar impacto significativo na economia nacional.
Haddad nega taxação de big techs e pede cautela
Nos últimos dias, surgiram especulações sobre uma possível retaliação do Brasil contra as chamadas big techs, como Google, Meta e Amazon, caso os EUA confirmem o aumento das tarifas. No entanto, Haddad desmentiu essa informação em sua conta no X (antigo Twitter):
“Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil. No mais, o governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Vamos aguardar a orientação do presidente.”
O comunicado reforça a estratégia do Brasil de evitar um conflito comercial desnecessário e aguardar uma posição oficial do governo norte-americano antes de tomar qualquer decisão.
Brasil adota estratégia cautelosa diante do impasse
Apesar de a taxação das big techs já estar em discussão no governo, a proposta ainda está em fase de estudo e não foi encaminhada ao Congresso Nacional.
O clima de cautela tem sido constante no cenário internacional, inclusive no setor de tecnologia. Nesse cenário, a China tem acelerado sua estratégia de inovação, lançando o DeepSeek 2.0, um modelo de inteligência artificial que busca rivalizar com OpenAI e Google, ampliando a disputa global no setor de tecnologia.
Nos Estados Unidos, Elon Musk perdeu uma fortuna bilionária após polêmicas políticas e queda nas ações da Tesla, o que demonstra como decisões públicas podem afetar diretamente grandes nomes do setor.
O tema faz parte da agenda do Ministério da Fazenda e foi apresentado recentemente ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Contudo, fontes do governo afirmam que não há uma decisão imediata sobre o assunto.
Além disso, o ex-presidente Donald Trump ameaçou impor tarifas de 100% aos países do BRICS. A declaração elevou as preocupações sobre uma possível escalada nas tensões comerciais globais. Entenda mais sobre as implicações dessas ameaças.
A recomendação do governo é aguardar um posicionamento oficial da Casa Branca antes de adotar qualquer medida.
Em outra frente, o presidente Lula gerou debate ao sugerir que uma beneficiária do Minha Casa, Minha Vida utilizasse o dinheiro economizado com aluguel para cuidar da saúde bucal. A declaração chamou atenção e reacendeu discussões sobre políticas públicas integradas. Leia mais sobre a repercussão da fala de Lula.
Impacto da possível tarifa de Trump no Brasil
O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos. Em 2024, as exportações brasileiras de ferro, aço e alumínio para o mercado norte-americano totalizaram US$ 6,37 bilhões, sendo:
- US$ 6,10 bilhões em ferro e aço
- US$ 267 milhões em alumínio
Caso Donald Trump realmente implemente a nova tarifa de 25%, o impacto para a indústria siderúrgica brasileira pode ser expressivo. Empresas do setor já avaliam alternativas para minimizar os prejuízos, como diversificação de mercados e incentivos fiscais internos.
Cenário ainda é incerto, mas governo descarta taxação de big techs
Contudo diante da incerteza sobre as tarifas dos EUA, o governo brasileiro mantém uma abordagem pragmática e descarta, por ora, qualquer taxação de big techs no Brasil sobre empresas de tecnologia norte-americanas.
O desdobramento do caso dependerá das decisões políticas e comerciais de Washington, mas, até o momento, o Brasil opta por não adotar medidas retaliatórias.
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