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Como a internet está mudando o comportamento das pessoas

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Efeitos das redes sociais influenciando autoestima, relações e comportamento humano

A exposição constante às redes sociais muda rotinas, afeta a autoestima e transforma as relações familiares. Especialistas explicam os efeitos e alertam para os riscos do uso excessivo.

Os efeitos das redes sociais mudaram profundamente o comportamento das pessoas. Estar on-line tornou-se rotina, e essa presença constante transforma relações, hábitos e saúde mental. Ao mesmo tempo que aproxima, a internet também provoca distanciamento, ansiedade e comparação constante.

Segundo relatório da DataReportal, o Brasil tem cerca de 144 milhões de usuários ativos nas redes sociais, o equivalente a 66,3% da população. O tempo médio diário gasto nelas é de 3 horas e 46 minutos — um dos índices mais altos do mundo. Com isso, crescem os impactos no dia a dia.


Principais efeitos das redes sociais na identidade e autoestima

As redes sociais se tornaram vitrines pessoais. Por meio de imagens e vídeos, os usuários moldam versões idealizadas de si mesmos. A busca por curtidas, comentários e validação digital influencia escolhas, gostos e até humor.

De acordo com a psicóloga Marília Zanneti, especialista em comportamento digital, um dos efeitos das redes sociais é a comparação nociva. “As pessoas não comparam realidades, mas sim suas vidas com imagens cuidadosamente editadas”, afirma.

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Estudos mostram que adolescentes são mais vulneráveis. O uso intenso de redes como Instagram e TikTok pode aumentar sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, distorce a percepção de corpo e sucesso.


Como os efeitos das redes sociais impactam os relacionamentos

Na vida familiar e afetiva, as mudanças são visíveis. Casais trocam mensagens mesmo quando estão próximos fisicamente. Pais e filhos dividem o mesmo ambiente, mas cada um imerso em uma tela.

A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado observa que vivemos uma “presença ausente”. Segundo ela, os efeitos das redes sociais sobre os vínculos afetam a qualidade da escuta, da empatia e da atenção compartilhada.

Além disso, conflitos por mal-entendidos virtuais se tornam frequentes. Emojis, abreviações e ausências de resposta geram interpretações erradas e atritos desnecessários.

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Efeitos cognitivos das redes sociais: atenção e informação

A forma como as pessoas consomem informação também foi alterada. Se antes havia tempo para leitura aprofundada, hoje os conteúdos são curtos, rápidos e visuais. Essa mudança afeta diretamente a concentração.

Segundo a neurocientista Carla Tieppo, esse modelo estimula a atenção fragmentada. “O cérebro se adapta aos estímulos. Pulamos de um conteúdo a outro, mas não fixamos nada”, explica. Assim, os efeitos das redes sociais se estendem à memória e à capacidade de reflexão crítica.

O excesso de estímulos ainda provoca fadiga informacional. O usuário se sente sobrecarregado com dados e perde a capacidade de distinguir o que é relevante ou confiável.


Redes sociais e comportamento dos jovens

Entre os jovens, os efeitos das redes sociais são ainda mais marcantes. Comunidades virtuais ajudam a formar identidade, oferecem acolhimento e criam laços. Contudo, também podem fomentar comportamentos perigosos.

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Casos como o desafio da “baleia azul” ilustram como certas dinâmicas podem ultrapassar limites. O anonimato e o alcance das plataformas favorecem a propagação de conteúdos nocivos, muitas vezes sem filtros ou responsabilidade.

Para a pedagoga Gisele Monteiro, é preciso falar sobre esses temas nas escolas. “Não basta proibir. É necessário educar para o uso consciente e emocionalmente saudável das redes sociais”, defende.


Quando o tempo conectado vira um problema

Estar on-line o tempo todo virou um padrão. Além disso, notificações constantes, mensagens fora do horário de expediente e o receio de “perder algo importante” geram um estado de alerta contínuo.

Como resultado, esse comportamento afeta o sono, o descanso e o bem-estar geral. Por isso, muitos recorrem a aplicativos de meditação, limites de tela e modos silenciosos para tentar recuperar o equilíbrio.

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Segundo o psiquiatra Daniel Ferreira, do Hospital das Clínicas, a desconexão precisa ser programada. “Hoje, descansar exige esforço. Precisamos recuperar o tempo offline como um direito e não como um luxo”, afirma.


Como lidar com os efeitos das redes sociais

Diante desse cenário, especialistas indicam algumas práticas para minimizar os impactos do uso excessivo:

  • Estabelecer horários definidos para acessar redes sociais;
  • Desativar notificações que interrompam o foco;
  • Escolher conteúdos que promovam reflexão, não apenas distração;
  • Conversar com amigos e familiares sobre os hábitos digitais;
  • Procurar ajuda profissional se surgirem sinais de dependência ou sofrimento emocional.

Essas medidas simples ajudam a transformar o modo como interagimos com o ambiente digital. Afinal, os efeitos das redes sociais dependem, em grande parte, do uso que fazemos delas.


Conclusão

As redes sociais são ferramentas poderosas. Elas aproximam, informam, conectam. No entanto, seus efeitos sobre o comportamento, as relações e a saúde mental exigem atenção. Informar-se, refletir e adotar hábitos mais conscientes são passos fundamentais para viver bem, mesmo em um mundo conectado.

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